terça-feira, 13 de setembro de 2011

continuação.


Em fevereiro de 1974, gravou o disco "Elis & Tom", que contou também com a
participação de César Camargo Mariano (arranjos e piano). O disco foi gravado nos estúdios da MGM em Los Angeles, entre os dias 22 de fevereiro e 9 de março. No dia dois de maio, estreou no Teatro Maria DeIla Costa (SP) o recital "Elis", com direção musical de César Camargo Mariano e banda formada por Luizão Maia, Paulinho Braga, Chico Batera, César Camargo Mariano e Hélio Delmiro (guitarra e violão). Em julho, participou do show de inauguração do Teatro Bandeirantes (SP), ao lado de Chico Buarque, Maria Bethânia, Tim Maia e Rita Lee. Em seguida, partiu para mais uma série de shows no circuito universitário, organizado por Roberto de Oliveira. Lançou, em agosto, o disco gravado com Tom Jobim em Los Angeles. Nos dias 3 e 4 de outubro, o espetáculo "Elis & Tom" foi apresentado no Teatro Bandeirantes (SP), com o acompanhamento do Quinteto de César Mariano e de orquestra dirigida pelo maestro Leo Peracchi. Em novembro, lançou "Elis". De 20 a 23 de novembro, fez recitais no Teatro da Universidade Católica (Tuca), em São Paulo, com uma banda formada por César Camargo Mariano, Natan Marques (guitarra e violão), Luizão Maia, Francisco José de Souza (percussão) e Antônio Pinheiro Filho (bateria).

No início de 1975, criou com César Mariano, seu irmão Rogério Costa e mais outro sócio, a Trama, empresa que passou a produzir espetáculos musicais. Em setembro, começou a ensaiar o show "Falso brilhante", no qual cantou músicas do ainda desconhecido cantor e compositor Belchior. Junto com os músicos, fez aulas de expressão corporal com José Carlos Viola, laboratórios com o psiquiatra Roberto Freire e exercícios de sensibilização teatral com Minam Muniz, a diretora do espetáculo, que contou ainda com a participação de dois atores: Lígia de Paula e Janjão. Foi produzido pela Trama, com cenários de Naum Alves de Souza, figurinos de Lu Martin e direção musical de César Camargo Mariano. O espetáculo estreou dia 17 de dezembro no Teatro Bandeirantes (SP) e registrou um sucesso estrondoso do início ao fim da temporada de 14 meses com uma média de mil e quinhentas pessoas por dia. Viajou, com César Mariano, Raul Cortez e Ruth Escobar, para Brasília, onde obteve a liberação da peça "Mockinpott", de Peter Weiss, cuja montagem, no Teatro de Arena de Porto Alegre, havia sido proibida horas antes da estréia. Doou a renda de uma noite do show "Falso brilhante" para ajudar o grupo a pagar os prejuízos causados pelo adiamento da estréia. O disco "Falso brilhante" foi lançado, com parte do repertório do show gravado em estúdio. No dia 15 de março, "Falso brilhante" foi contemplado com o prêmio de Melhor Show, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte.

Em setembro desse mesmo ano, financiou o segundo número do jornal "Nós mulheres", publicado pela Associação de Mulheres (SP). "Falso brilhante" bateu o recorde no show business brasileiro, com um público de 194.993 pessoas desde sua estréia, ficando por mais quatro meses em cartaz e encerrando sua temporada no dia 18 de fevereiro de 1977, depois de 257 apresentações e de ter sido visto por 280 mil pessoas que lhe renderam uma bilheteria total de oito bilhões de cruzeiros para um gasto inicial de 560 milhões (dados do jornal "Última Hora", SP, 18/2/77).

No dia 25 de julho de 1977, apresentou-se no programa "Fino da Música", número 3, para uma platéia de mais de três mil e quinhentas pessoas, no Palácio de Convenções do Anhembi (SP). Nesse programa, Renato Teixeira apresentou seu sucesso "Romaria". Em agosto desse ano, lançou o LP "Elis" pela Phonogram/Philips. No dia 17 de novembro, estreou o show "Transversal do tempo", no Teatro Leopoldina, em Porto Alegre, com roteiro e direção de Aldir Blanc e Maurício Tapajós. César Camargo Mariano assumiu a direção musical e os teclados, ao lado de Nathan Marques (guitarra e violão), Crispim del Cistia (guitarra e teclados), Fernando Cisão (baixo) e Dudu Portes (bateria).

No dia nove de janeiro de 1978, foi realizada no Teatro Ruth Escobar (SP) uma reunião para discutir uma proposta de estatuto para a criação da seção paulista da Sombrás (Sociedade Musical Brasileira) e da Assim (Associação de Intérpretes e Músicos). Dessa reunião também participaram Ivan Lins, Marília Medalha, Paulinho Nogueira, Tom Zé, maestro Benito Juarez, Marcus Vinícius e mais 30 artistas. Passou a participar das diretorias das duas entidades. No dia 26 de janeiro, voltou a Brasília, com César Camargo Mariano, Martinho da Vila e Marcus Vinícius, para expor, ao então ministro da Educação Ney Braga, as diretrizes da Assim. Em fevereiro, apresentou "Transversal do tempo" no Teatro Sistina de Roma e, dias depois, no Teatro Lírico de Milão. Em 1º de março, apresentou o espetáculo no Club de Vanguardia, em Barcelona, e no dia sete estreou no Teatro Ginástico (RJ), para uma temporada de três meses. Em junho, saiu o LP, gravado ao vivo. Em outubro, foi publicado pela revista "Veja" um depoimento revelando sua recusa a levar o show para Buenos Aires, a convite do empresário Ronnie Scally: "Enquanto meu disco ('Falso Brilhante') continuar proibido pela censura argentina, não me apresento lá" (A censura havia interditado o disco por causa da música "Gracias a la vida", de Violeta Parra.).

Em janeiro de 1979, foi ao ar, pela TV Bandeirantes, um programa especial, no qual a cantora aparece passeando e cantando com Adoniran Barbosa e visitando Rita Lee em uma discoteca paulista, com direção de Roberto de Oliveira e Sueli Valente. No fim desse mês, "Transversal do tempo" saiu de cartaz. Em fevereiro, assinou contrato com a gravadora WEA. A gravadora Philips lançou, então, um LP intitulado "Elis especial", com músicas que ela havia cantado em ensaios de estúdios e outras que haviam sido cortadas das edições finais dos discos, uma vez que a cantora lhe devia 16 fonogramas. Participou do "Show de maio", com renda revertida para o fundo de greve dos metalúrgicos de São Paulo, realizado em um enorme galpão do velho estúdio da Cia. Vera Cruz de Cinema, em São Bernardo do Campo, com cinco mil pessoas presentes. No dia 15 de maio, foi lançado o primeiro compacto simples gravado pela WEA, com "O bêbado e o equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc, e "As aparências enganam", dos então novatos Tunai (irmão de João Bosco) e Sérgio Natureza. "O bêbado e o equilibrista" foi imediatamente apelidado de "Hino da Anistia", cuja campanha se intensificava no Brasil, e receberia o título de uma das grandes canções do séc. XX pela crítica brasileira, reunida na ABL por ocasião de seu centenário. Em julho, lançou, pela WEA, o LP "Essa mulher", que incluiu, "O bêbado e a equilibrista", "Basta de clamares inocência", música inédita de Cartola, e uma canção inédita de Baden Powell, além da faixa-título (Joyce e Ana Terra), entre outras. No dia 15 de julho, apresentou-se no Grand Palace de Bruxelas, numa festa musical que comemorou os mil anos da cidade. No dia 19, apresentou-se na "Noite Brasileira" do 13º Festival de Jazz de Montreux, acompanhada pelos músicos César Camargo Mariano, Hélio Delmiro, Luizão Maia, Paulinho Braga e Chico Batera . Nesse show, foi ovacionada de pé pela platéia durante 11 minutos. No final da noite, fez uma jam session com Hermeto Pascoal. Ainda em julho, cantou no Festival de Jazz de Tóquio. No dia 30 de agosto, começou uma série de apresentações do novo show, que teve a estréia nacional no Ginásio Municipal de Esportes de Sorocaba, interior de São Paulo, para uma platéia de duas mil e quinhentas pessoas. Na banda, além de César Camargo, os músicos Crispim dei Cistia (guitarra e teclados), Ricardo Silveira (guitarra, violão e viola), Luís Moreno (bateria), Nenê (baixo) e Chacal (percussão). A direção musical foi de César Camargo Mariano e a direção de som de seu irmão Rogério Costa.

Em janeiro de 1980, começou os primeiros ensaios e seleção de elenco para o show "Saudade do Brasil", no Teatro Procópio Ferreira (SP). No dia 20 de março, o show estreou no Canecão (RJ), com um elenco de vinte e quatro pessoas, entre músicos e bailarinos. O espetáculo foi dirigido por Ademar Guerra e coreografado por Márika Gidali, com quem fez aulas de dança. Foi lançado o álbum duplo "Saudade do Brasil", contendo a íntegra do show, mas gravado em estúdio. No dia três de outubro, foi ao ar o especial "Elis Regina Carvalho Costa", programa da série "Grandes Nomes" realizado pela TV Globo. Nesse ano, ainda lançou seu primeiro disco pela EMI-Odeon, "Elis", último gravado pela cantora. No dia seis de março 1981, dentro da série "Grandes Nomes", a TV Globo apresentou o especial de Gal Costa, que a recebeu como convidada especial. Em nove de julho, foi para o Chile participar de um programa de televisão, voltando a São Paulo no dia 12 para continuar os ensaios de seu novo espetáculo.

No dia 22 de julho de 1981, estreou o show "Trem azul" no Canecão paulista, com direção de Fernando Faro e cenário de Elifas Andreato. Na banda, Sérgio Henriques e Paulo Esteves (teclados), Nathan Marques (guitarra e violão), Luizão Maia (baixo), Téo Lima (bateria), Otávio Bangla (sax tenor e soprano) e Nilton Rodrigues (trumpete e flugelhorn). Os arranjos foram feitos por César Camargo Mariano e Nathan Marques. César não participou do show. No dia 19 de setembro, realizou a última apresentação em sua terra natal, com o show "Trem azul", no ginásio de esportes Gigantinho. Nesse mesmo ano, assinou contrato com a gravadora Som Livre. No dia 31 de dezembro, fez sua última apresentação na televisão num especial de fim-de-ano da TV Record.

No dia cinco de janeiro do ano seguinte, deu sua última entrevista, no programa "Jogo da verdade" (Televisão Cultura de São Paulo), concedida a Salomão Esper, Zuza Homem de Mello e Maurício Kubrusly. Faleceu repentinamente no dia 19 de janeiro de 1982, terça-feira, às 11h45, em São Paulo, por intoxicação exógena aguda. Seu corpo foi levado para o Teatro Bandeirantes, onde foi velado até o dia seguinte. Estava vestida com a camiseta que não pôde ser usada no show "Saudade do Brasil", dois anos antes: a bandeira brasileira, com seu nome no lugar de "Ordem e Progresso". O Teatro Bandeirantes ficou cheio durante a noite e a madrugada. A morte foi manchete em jornais: "Perdemos nossa melhor cantora" ("Jornal da Tarde", SP, 20/1), "Suspeita de suicídio na morte de Elis Regina" ("O Estado", SC, 20/1), "Causa da morte de Elis só vai ser confirmada amanhã" ("Jornal do Brasil", RJ, 20/1), "Brasil chora morte de Elis" ("A Notícia", Joinville, SC, 20/1), "Coração mata Elis" ("O Estado do Paraná", 20/1), "Elis" ("Folha da Tarde", RS, 20/1), "O Brasil sem Elis Regina" ("Folha de S. Paulo, 20/1). No dia 20 de janeiro, o Departamento de Trânsito de São Paulo criou um esquema especial para o cortejo, do Teatro Bandeirantes ao cemitério do Morumbi. A pé, de carro ou moto, milhares de pessoas acompanharam o carro do Corpo de Bombeiros que levou o caixão. Foi sepultada por volta de uma hora da tarde, no túmulo 2199, quadra 7, setor 5 do cemitério do Morumbi. No dia 21 de janeiro, o delegado do 4º Distrito Policial de São Paulo, Geraldo Branco de Camargo, divulgou os resultados da autópsia e dos exames toxicológicos realizados em seu corpo. O laudo número 415/82 do Laboratório de Toxicologia do Instituto Médico-Legal revelou "resultado positivo para cocaína e álcool etílico, este na quantidade de um grama e seiscentos miligramas de álcool etílico por litro de sangue; a quantidade de álcool etílico encontrada em nível sangüíneo revelou estar a vítima sob estado de embriaguez, e a presença de cocaína caracterizou o estado tóxico, que em somatória pode responder pelo evento letal". Missas de sétimo dia foram rezadas em São Paulo, Rio de Janeiro e em várias cidades do Brasil. No dia primeiro de maio, foi registrada oficialmente a Associação Brasileira Elis em Movimento (ABEM), com sede em São Paulo, criada com o objetivo de preservar a arte e a memória da cantora. Várias outras homenagens foram feitas, entre as quais a inauguração do Teatro Elis Regina em São Bernardo do Campo, e o lançamento od número zero do jornal "Elis em Movimento".

No dia 14 de janeiro de 1983, foi aberta, no Centro Cultural São Paulo, a "I Semana Elis Regina", uma promoção da Rede Globo de Televisão, em convênio com a Secretaria de Cultura de São Paulo. No dia 19 de janeiro foi celebrada a missa de primeiro aniversário de morte na Catedral da Sé (SP), com a presença de cinco mil pessoas. A Escola de Samba Unidos de Vila Isabel (RJ), promoveu a "Noite dos Imortais", com um show em sua homenagem, e foram inauguradas duas exposições em São Paulo: "Elis 100% Nacional", com guaches de Vicente Gil, na Galeria Paulo Figueiredo, e "Elis Paz", no Spazio Pirandelio. No dia 27 de fevereiro, foi aberto o "II Mês Musical Elis Regina", com uma série de shows nos teatros da prefeitura de São Paulo. No dia 10 de novembro, o Ballet Art estreou no Teatro da Hebraica, SP, o espetáculo "Elis - 4 estações".

No dia 16 de janeiro de 1984, foi aberta, no Centro Cultural São Paulo, a "II Semana Elis Regina", promovida com a colaboração da Rádio e TV Gazeta. Foi, ainda, lançado, pelo Opus Vídeo e Fonográfica/selo Elenco, o álbum duplo "Elis vive". No dia 22 de janeiro, o prefeito Mário Covas e o secretário de Cultura Gianfrancesco Guarnieri inauguraram, em São Paulo, a Praça Elis Regina. Em fevereiro, a Escola de Samba União de Vila Prudente (SP) saiu às ruas, no carnaval, com o samba-enredo "Elis Regina, o som da festa eterna desta musa", de autoria de Nelson Coelho, Roberto Lindolfo e Ditão. No dia 22 de fevereiro, estreou no Teatro São Pedro, SP, o espetáculo "Elis, com um pássaro no ombro".

Vários discos póstumos foram lançados, entre os quais, "Elis Regina XIII Montreux Jazz Festival", com a gravação da apresentação em julho de 1979 (o disco não havia sido lançado, na época, porque a qualidade técnica da gravação não tinha sido aprovada). Foi lançado, também, o álbum duplo "Trem Azul", pela Som Livre, contendo a gravação da última apresentação do espetáculo em São Paulo, no Palácio de Convenções do Anhembi. A gravação original fora feita em uma fita cassete normal, mono, por seu irmão e técnico de som Rogério Costa. A fita passou por uma série de processos de purificação. Esse álbum foi contemplado com o Disco de Ouro, pela vendagem de mais de 120.000 exemplares, e com o prêmio especial da Associação Paulista dos Criticos de Arte, pelo tratamento dado à gravação original.

Em 1999, a Universal Music lançou a caixa "Transversal do tempo", contendo os 20 discos gravados pela cantora na gravadora PolyGram e ainda um outro volume, batizado "Elis especial", com sobras de estúdio, além de um livreto assinado por Tárik de Souza, com dados sobre a carreira da intérprete.

Em 2002, foi levado ao palco do Centro Cultural Banco do Brasil (RJ) o musical "Elis - Estrela do Brasil", dirigido por Diogo Vilela e estrelado por Inês Viana. Nesse mesmo ano, a Universal Music lançou a coletânea "20 anos de saudade". Ainda em 2002, a gravadora Velas lançou a série de três CDs "O Fino da Bossa", contendo gravações realizadas entre 1965 e 1967 no programa da TV Record comandado pela cantora e por Jair Rodrigues. As gravações, lançadas originalmente em 1994, foram remasterizadas para o projeto coordenado por Zuza Homem de Mello.

Em 2004, o disco "Elis & Tom" ganhou reedição remixada por César Camargo Mariano em duas versões, CD e DVD Áudio. Nesse mesmo ano, foi lançado o DVD "Elis Regina - MPB especial", contendo a edição digitalizada do programa "Ensaio", dirigido por Fernando Faro, gravado pela cantora na TV Cultura, em 1973, no qual ela canta 17 músicas, acompanhada por César Camargo Mariano (piano), Luizão Maia (baixo) e Paulinho Braga (bateria).

Em 2005, ano em que completaria seu 60º aniversário, a cantora foi tema do programa "Arquivo N", veiculado pelo canal a cabo Globonews.

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